O luto por pets: um sentimento legítimo e cada vez mais reconhecido

Cerca de 63% dos tutores relatam sentir um impacto emocional tão profundo quanto o luto pela morte de um familiar.

A perda de um animal de estimação pode gerar uma dor tão intensa quanto a de perder um ente querido humano. Segundo a American Veterinary Medical Association (AVMA), cerca de 63% dos tutores relatam sentir um impacto emocional tão profundo quanto o luto pela morte de um familiar. Esse número crescente reflete uma mudança de visão social: cada vez mais, a sociedade reconhece que o amor pelos animais é legítimo e que o luto por pets demanda acolhimento e empatia.

“A maioria dos colaboradores do Jardim possuem um laço afetivo com o nosso mascote Simba e, trabalhando com o segmento que lida com a dor da perda de entes queridos, nos lembra da importância de validar também os sentimentos de quem perdeu um animal de estimação”, afirma André Leão, representante do Jardim da Saudade, espaço que busca ampliar o cuidado emocional para todas as formas de vida, inclusive os animais. Com iniciativas como o acolhimento de pets no ambiente de trabalho e o apoio a organizações não governamentais ligadas à causa animal, o Jardim da Saudade mostra como é possível estender a empatia e o suporte a quem perdeu um companheiro de quatro patas.

De acordo com dados da Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação), o Brasil possui mais de 144 milhões de animais de estimação, incluindo cães, gatos, aves e outros. É um mercado que cresce a cada ano — não apenas sob o ponto de vista econômico, mas também emocional, já que esses animais se tornam parte fundamental do círculo familiar. Em situações de crise, como a pandemia de COVID-19, diversos estudos mostraram que os pets foram importantes para o bem-estar emocional de muitas pessoas, reforçando o vínculo afetivo entre humanos e animais.

Esse vínculo intenso explica por que a dor da perda de um pet é cada vez mais reconhecida. Estudos recentes publicados em revistas científicas de comportamento animal e psicologia apontam que o luto por um animal de estimação pode durar de meses a até mais de um ano, dependendo do grau de apego e das circunstâncias em que ocorreu a perda. Os sintomas de tristeza profunda, apatia e isolamento social são comuns, assim como a necessidade de rituais de despedida para reelaborar a dor.

Rituais de despedida — como cerimônias, pequenos velórios ou visitas periódicas a um local de homenagem — ajudam a validar o luto. Segundo especialistas em psicologia do luto, a criação de um espaço de acolhimento para expressar a dor permite ao tutor homenagear o companheiro e iniciar o processo de superação de forma mais saudável. “Em nossa experiência no Jardim da Saudade, observamos que marcar essa despedida pode trazer conforto e também promover uma memória positiva do tempo vivido com o pet”, destaca André Leão.

Além do aspecto emocional, há também o aspecto social e cultural. A crescente conscientização sobre o bem-estar animal e o desenvolvimento de serviços especializados — como clínicas veterinárias com atendimento humanizado, crematórios e cemitérios pet — reforçam a compreensão de que, para muitas pessoas, o laço com o animal é comparável ao vínculo familiar. A presença de mascotes em espaços corporativos, como ocorre com o Simba no Jardim da Saudade, também revela como essas relações extrapolam o ambiente doméstico e se inserem em diversas esferas da vida moderna.

Para quem vivencia a dor de perder um animal de estimação, os especialistas recomendam buscar rede de apoio — seja a família, amigos ou até mesmo grupos de luto específicos. O acolhimento profissional de psicólogos e terapeutas também pode ajudar a lidar melhor com a falta diária que o pet deixa, especialmente quando se observa sintomas de depressão ou ansiedade que dificultam o retorno à rotina.

Por fim, o reconhecimento de que o luto por pets é um processo legítimo reflete uma sociedade mais sensível, que compreende a importância da saúde emocional dos indivíduos e valida as diferentes formas de amor e afeto. Como conclui André Leão, “Esse reconhecimento social e profissional do luto por animais é um passo importante para ampliar a empatia, celebrando tudo o que nossos companheiros de quatro patas representam em nossas vidas”.

Jardim da Saudade 

André Leão 

Representante do Jardim da Saudade 

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@grupojardimdasaudade

Cemitério Jardim da Saudade, Rua João Bettega, 999 | Portão, Curitiba | PR