Restaurantes usam IA para personalizar experiências

Restaurantes usam IA para personalizar experiências

Quem já pediu pizza ou fast food on-line, provavelmente já viu a inteligência artificial em ação, talvez na forma de sugestões de alimentos com base nos pedidos anteriores ou ofertas específicas para a região do cliente. A Inteligência Artificial (IA) já penetrou na indústria de restaurantes, mas, segundo especialistas em tecnologia, é provável que em breve traga ainda mais inovações.

Isso é o que afirma um estudo da plataforma Restaurant365, que descobriu que 33% dos restaurantes pesquisados planejam implementar marketing direcionado a clientes com uso de IA, e 31% querem aplicar IA na gestão de inventário e compras.

A estratégia é utilizar IA para personalizar a experiência com sugestões de pratos que parecem ler a mente do cliente, oferecendo exatamente o que ele deseja, antes mesmo que a pessoa perceba. Durante o National Restaurant Association Show, em Chicago, um dos maiores eventos da indústria nos EUA, a bSocial Strategy apresentou uma pesquisa na qual 62% dos consumidores afirmavam que uma marca poderia perder sua lealdade se não procurasse personalizar sua experiência. Segundo a consultoria, o consumidor quer atenção especial às suas restrições alimentares e outras particularidades como datas comemorativas. 

Gerente de marketing do Ambrogio15 Group, na Califórnia, a brasileira Mayra Basilio Leal ajudou a dobrar o faturamento do grupo aplicando estratégias de SEO (sigla do termo em inglês “search engine optmization”) nos sites dos cinco restaurantes da companhia. Porém, é na harmonia entre tecnologia e humanização que Mayra diz estar a receita de sucesso.

“Em meio a processos tão automatizados, é preciso ter cuidado para não interferir na essência do atendimento personalizado, que faz com que o cliente se sinta único e especial”, afirma a brasileira, mestre em administração e especialista internacional em marketing.

Segundo ela, que já trabalhou para diversas empresas renomadas, o excesso de tecnologia pode ter um efeito rebote, afastando os clientes que prezam por processos artesanais e tradição à mesa. “O consumidor sente quando o tratamento é apenas baseado em algoritmos”, comenta.

Mayra conta que no restaurante mais sofisticado do Ambrigio15Group, o premiado Ambrogio by Acquerello, em San Diego, o menu autêntico italiano de oito pratos fixos ganha um toque personalizado do chef a cada visita do cliente. “Dessa forma, é possível manter o conceito de menu fixo do restaurante e ainda surpreender o cliente com algo novo”, conta a brasileira responsável pelo branding do grupo.

Membro do Conselho de Tecnologia da Forbes, Konstantin Klyagin estuda a evolução dos menus digitais interativos com assistentes virtuais embutidos que fornecem informações sobre ingredientes, valor nutricional e avisos de alérgenos em tempo real. Segundo ele, além de entreter, a ferramenta pesquisa os clientes enquanto esses aguardam seus pedidos. “Isso libera o tempo dos garçons e ajuda os profissionais de marketing a coletar insights dos clientes”, comenta.

Segundo um artigo da Hospitality Technology, o mercado de IA para alimentos e bebidas está atualmente avaliado em US$ 9,68 bilhões e espera-se que atinja US$ 49 bilhões nos próximos cinco anos. Essa trajetória de crescimento rápido destaca o papel crítico da IA em moldar as futuras dinâmicas da indústria de restaurantes com seus consumidores.

DINO