Cursos de IA refletem nova fase do ensino no Brasil

A presença crescente da inteligência artificial (IA) em cursos de graduação sinaliza uma mudança estrutural na educação e no mercado de trabalho. O avanço das aplicações de IA em setores como tecnologia, comunicação, engenharia e marketing tem impulsionado instituições de ensino a criar formações específicas voltadas ao tema.
A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) anunciou o lançamento do Bacharelado em Inteligência Artificial, previsto para o segundo semestre de 2025. O curso será multidisciplinar, integrando os departamentos de Informática, Engenharia Elétrica e Engenharia Industrial, com apoio do Instituto Behring de Inteligência Artificial, voltado à pesquisa e inovação.
A expansão da formação não se limita ao eixo Rio–São Paulo. A Universidade Federal de Sergipe (UFS) também aprovou um curso de Inteligência Artificial para início em 2026, com foco em ciência de dados, aprendizado de máquina e aplicações industriais. Outras universidades federais, como a UFG e a UFBA, seguem o mesmo caminho. Segundo o portal RT Brasil, já são 28 cursos de graduação em IA reconhecidos pelo MEC, número que demonstra o amadurecimento da área no país.
A busca por formações ligadas à IA tem crescido em ritmo acelerado. Reportagem da CNN Brasil aponta que universidades enfrentam alta procura e notas de corte elevadas, refletindo a valorização do tema entre estudantes e profissionais que buscam especialização tecnológica.
Esse movimento acadêmico acompanha a transformação do mercado, em que soluções baseadas em Inteligência Artificial já são utilizadas para interpretar dados, prever comportamentos, otimizar processos e apoiar decisões em diferentes áreas — da automação de campanhas de marketing ao uso da inteligência artificial na medicina diagnóstica, onde algoritmos contribuem para a detecção precoce e o tratamento de doenças.
A inteligência artificial também se tornou aliada das agências de publicidade, que utilizam automação para gerar insights de consumo e adaptar mensagens em escala. Essa convergência entre tecnologia e criatividade redefine o perfil profissional desejado pelo mercado — alguém que compreenda tanto o raciocínio analítico quanto a aplicação estratégica da IA em comunicação.
"A inclusão da inteligência artificial nas graduações aproxima a formação acadêmica das demandas reais do mercado. Ao incorporar a tecnologia aos currículos, as universidades preparam profissionais capazes de interpretar dados, aplicar soluções automatizadas e transformar informação em estratégia — competências cada vez mais essenciais para o marketing digital e para setores que dependem de análise de desempenho e tomada de decisão."
Com o avanço da formação em inteligência artificial, o Brasil se posiciona como um dos países que mais investem em capacitação tecnológica na América Latina. A consolidação da IA como eixo formativo não apenas responde à demanda das empresas, mas reforça a importância de uma educação voltada ao futuro, conectando ensino, inovação e mercado.