Crescimento da influência digital pede conteúdo estratégico

Crescimento da influência digital pede conteúdo estratégico

As redes sociais se consolidaram como canais centrais de comunicação e decisão. De acordo com o relatório Digital 2024 da We Are Social em parceria com a Meltwater, 62,3% da população mundial utiliza redes sociais, o que corresponde a mais de 5 bilhões de pessoas conectadas globalmente. Esse alcance transforma cada publicação em potencial ferramenta de influência, com capacidade de alterar percepções, hábitos de consumo e processos de decisão.

O termo "influenciador" surgiu para designar perfis que impactam comportamentos e escolhas, mas especialistas destacam que a influência não se restringe a figuras públicas. "É importante entendermos que a influência não está somente nos grandes números. Toda empresa, todo criador de conteúdo e até mesmo cada pessoa comum tem a chance de impactar alguém ao seu redor, justamente por meio das plataformas e redes sociais", afirma Nathalia Barretti, diretora-executiva da BAOBÁ Full Agency.

Segundo a Grand View Research, há ainda a expansão de influenciadores virtuais. No Brasil, esse submercado foi avaliado em cerca de US$ 24,8 milhões em 2023, com expectativa de atingir US$ 270,4 milhões em 2030, crescendo a cerca de 40,7% ao ano nesse período. Esse movimento reforça a diversificação do ecossistema digital, que hoje abrange influenciadores por nicho, plataforma e formato de conteúdo, desde vídeos curtos e interativos até publicações estáticas com alto poder de alcance.

Contudo, a influência não se limita mais a grandes celebridades: micro e nanoinfluenciadores, assim como avatares virtuais, conquistam relevância ao dialogar com públicos específicos e estabelecer conexões percebidas como autênticas.

Estudos apontam que, na América Latina, 74% dos consumidores confiam em opiniões compartilhadas nas redes sociais para tomar decisões de compra, segundo pesquisa da Nielsen. Nesse contexto, a responsabilidade sobre o conteúdo cresce proporcionalmente ao alcance.

"Nesse cenário, não é apenas sobre ganhar seguidores ou conquistar engajamento: trata-se de compreender que o conteúdo compartilhado pode se tornar determinante no processo de decisão de quem o consome. É nesse ponto que o planejamento deixa de ser opcional e se torna vital", complementa Barretti.

Ela ressalta que o trabalho nas redes vai além de postagens pontuais. "Estratégia, sensibilidade e consistência são essenciais para transformar conteúdos em narrativas que dialoguem com o público e reflitam valores de comunicação consciente. Cada postagem carrega impacto, e o planejamento garante que essa influência seja exercida de forma responsável", afirma Barretti.

A atuação estratégica permite que as plataformas digitais sejam utilizadas como ferramentas de transformação, promovendo comunicação clara, decisões informadas e impactos conscientes. "Mais do que exibir conteúdos, o desafio é usar as redes como canais de influência responsável. Independentemente do tamanho da audiência, a forma como nos comunicamos define o alcance do impacto que causamos", conclui a diretora-executiva.

DINO