Dia Mundial da Consciência Cardiovascular na Mulher alerta para riscos ignorados e sintomas muitas vezes sutis

Celebrado nesta terça-feira (14), o Dia Nacional da Consciência das Doenças Cardiovasculares na Mulher serve como um importante alerta para a saúde feminina. A data tem como objetivo chamar a atenção para um problema de saúde pública ainda subestimado: as doenças cardíacas em mulheres.

De acordo com a cardiologista Bianca Prezerpisoki, do Hospital Cardiológico Costantini, a razão pela qual este dia foi instituído está no histórico desinteresse — inclusive médico — pela saúde cardiovascular feminina. “Durante muito tempo, achava-se que o infarto era mais grave nos homens. Mas hoje já sabemos que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre mulheres no Brasil e no mundo, superando até o câncer de mama”, afirma a especialista.

Bianca ressalta que, embora a atenção ao câncer continue sendo essencial, o coração também precisa de cuidados específicos. E um dos maiores desafios está justamente nos sintomas, que se manifestam de forma diferente nas mulheres. “Ao contrário daquela dor opressiva no peito, que é mais comum nos homens, nas mulheres os sinais podem ser mais sutis: cansaço, náusea, dor nas costas, tontura e até uma sensação de ansiedade”, explica. Por serem pouco característicos, esses sintomas acabam sendo ignorados tanto por quem os sente quanto por alguns profissionais de saúde.

A médica enfatiza que fatores de risco clássicos como hipertensão, colesterol alto, diabetes, tabagismo, sedentarismo e obesidade seguem sendo decisivos. No entanto, no caso feminino, questões hormonais e antecedentes gestacionais também merecem atenção especial. “É importante perguntar como foi a gestação dessa mulher, se teve eclâmpsia, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, ou se teve menopausa precoce — todos esses fatores aumentam o risco cardiovascular”, destaca.

Para a Dra. Bianca, cuidar do coração é mais do que um ato de autocuidado: é um exercício de consciência. “Se a mulher não tiver consciência de que pode estar em risco, não vai reconhecer os sinais. Alimentação equilibrada, prática de atividade física, sono de qualidade, controle do estresse e exames preventivos são ações fundamentais que salvam vidas”, diz.

E finaliza com um recado direto: “Ouça seu coração e não ignore nenhum sinal que o corpo está tentando te dar. Ele merece ser escutado. Mas só conseguimos ouvir se estivermos conscientes da situação.”

Redação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *