Mau hálito é alerta de saúde e não apenas estética
Tratado muitas vezes como motivo de piada, o mau hálito, ou halitose, pode ser muito mais do que um incômodo social: é um mensageiro silencioso da saúde geral e merece atenção. Alterações persistentes no hálito podem indicar desde infecções e doenças gengivais até condições sistêmicas.
A Associação Brasileira de Halitose (ABHA) estima que mais de 30% dos brasileiros convivam com a halitose recorrente. No mundo, o índice chega a 40%, segundo a Academia Americana de Odontologia Generalista (AGD).
Além das questões médicas, o mau hálito ainda carrega estigmas e desinformação, o que pode gerar insegurança, isolamento e até prejuízos emocionais severos. O problema é agravado por dois fenômenos: a fadiga olfativa (quando a pessoa não percebe o próprio hálito) e o paradoxo da halitose (quando há a crença em ter mau hálito, mesmo sem evidências clínicas).
Causas e tratamentos
De acordo com a cirurgiã-dentista Cláudia Gobor, conselheira consultiva da ABHA e diretora de Marketing da ABO-PR, a halitose é multifatorial: 90% das causas são bucais – formação de biofilme lingual (aquela placa esbranquiçada na língua), descamação, bactérias bucais, boca seca, problemas gengivais, cáries, próteses e restaurações mal adaptadas e 10% têm origem otorrinolaringológica.
“Todas as causas têm tratamento. O que vemos hoje é muita alteração de comportamento: a própria pessoa não percebe se tem halitose justamente por causa da fadiga olfatória. O diagnóstico e o tratamento corretos são feitos pelo cirurgião-dentista”, explica Cláudia Gobor.
Campanha Nacional de Combate ao Mau Hálito 2025
De 22 de setembro a 25 de outubro, a ABHA realiza em todo o país ações educativas para quebrar tabus, incentivar o diagnóstico precoce e oferecer acolhimento. A programação inclui palestras, entrevistas e divulgação de informações científicas.
Um dos destaques é o SOS Mau Hálito, serviço gratuito e anônimo que permite alertar, de forma respeitosa e acol
