Ester Corrêa : Destemidos?

Ah, eles são! E quem dera sermos também, mas com o passar dos anos vamos perdendo essa coragem, embora, comumente, o risco é maior que o prazer da liberdade, porém, mesmo assim preferem arriscar. Sim, estamos falando deles dos filhos.

A pré adolescência até o final dela, é marcada por muitas mudanças, físicas, biológicas, psicossociais, entre outras. É um turbilhão de emoções que a maioria dos adultos sequer lembra mais, afinal, quando lembradas, é pavoroso saber que temos um pedaço de nós passando pelo mesmo caos. A mãe, a essa altura, está estarrecida tentando entender onde errou. Sim, a culpa de não ter feito a melhor lição de casa, é a primeira a assombrar. Há quem diga que essa culpa é de passagem, somente na adolescência, porém ela vai um pouco adiante!

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Eles são destemidos, nada parece perigoso, o desconhecido é motivo para explorar, seja lá o que for, a madrugada não é pavorosa assim, andar só em lugares de que exigem cautela e só assustam as mães, porque para eles, é um mero jardim onde circulam tranquilamente. O tempo deles é infinito, o que é prioridade entra na fila, o que pode esperar tem urgência máxima. A prova do dia seguinte não tem pressa, a festa do mês que vem, precisa estar milimetricamente planejada hoje, do contrário causa desespero, choro, medo, e por aí vai. Isso é crescer, e crescer dói, gera sofrimento e desespero de ambas as partes. São tudo isso, desse jeitinho, com todas essas características, e sem a menor dúvida, a experiência materna é intransferível e irrevogável, mesmo com todo esse caos. Depois de mãe, o coração não bate mais por, mas por todos os seus filhos, trabalha dobrado, quer proteger de qualquer sombra de mal a todo custo, e infelizmente precisam passar só fase, seja ela agradável ou ruim, mas a vontade de fingir que não é necessário, com o único objetivo de evitar que algo aconteça de ruim, é monumental. E ao pensar nessa hipótese, o coração sangra, mesmo estando tudo bem. Entretanto, não dá, mães não são eternas, apenas estamos aqui para ajudá-los a encontrar o melhor caminho.

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Vê-los amadurecer é maravilhoso, sensação de que a tarefa de casa foi feita, mesmo com todos os seus ajustes. Na maioria das vezes, ficamos de recuperação, precisamos refazer a rota e encontrar o erro. Afinal, quem nunca? Entretanto, nessa jornada, quem sofre mais, a mãe ou os destemidos?

O Diário do Paraná

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