Cirurgia robótica amplia acesso e aprimora tratamento do câncer de próstata

Cirurgia robótica amplia acesso e aprimora tratamento do câncer de próstata

O câncer de próstata é um dos tumores mais comuns entre os homens no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa para o triênio 2023-2025 é de 71.730 novos casos por ano. Apesar desse cenário, o manejo da doença tem avançado rapidamente. A cirurgia robótica se consolidou como uma das principais responsáveis por melhorar a recuperação e ampliar o sucesso das intervenções.

Apesar da alta frequência — o tumor é o mais incidente entre os homens no Brasil, quando se excluem os cânceres de pele não melanoma —, o panorama de tratamento tem se transformado. A adoção da cirurgia robótica, em especial em centros especializados, tem se consolidado como estratégia capaz de melhorar a recuperação pós-operatória e aumentar as chances de sucesso no controle da doença.

Para o urologista e cirurgião robótico Victor Hugo Borges Silva, do Instituto de Cirurgia Robótica do Triângulo (ICR.T), esse tipo de intervenção se tornou “determinante no cuidado aos pacientes com a doença”, justamente por permitir procedimentos menos invasivos e com menor tempo de recuperação — fatores essenciais num contexto em que a maioria dos diagnósticos ocorre em homens com idade elevada.

Evolução das técnicas cirúrgicas no tratamento da doença

A intervenção cirúrgica permanece como o principal recurso terapêutico, tanto nos casos iniciais quanto nas situações mais complexas e localmente avançadas. Entretanto, a forma de operar evoluiu. “Atualmente, a cirurgia é o principal tratamento para o câncer de próstata. Devido à precisão e às diversas vantagens oferecidas pela tecnologia, a cirurgia robótica se consolidou como a técnica mais eficaz”, afirma o especialista.

De acordo com o médico, recursos como visão ampliada, filtros de estabilidade e maior precisão tornam o procedimento mais seguro e reduzem o risco de lesões nas estruturas ao redor da próstata — fator essencial para o sucesso da intervenção.

Menos dor, menor sangramento e recuperação mais rápida

A cirurgia robótica utiliza braços articulados que executam movimentos delicados e consistentes, o que torna o procedimento minimamente invasivo. “A precisão dos movimentos, a visão 3D ampliada e outros recursos tecnológicos permitem pequenas incisões, menor dano tecidual, redução do sangramento intraoperatório e alta hospitalar mais precoce”, explica o urologista.

Segundo ele, esses fatores favorecem um pós-operatório com menos dor, menor perda sanguínea e retorno mais rápido às atividades, uma combinação que representa um dos principais benefícios da robótica.

Preservação da continência urinária e da função sexual

O especialista destaca que preservar tecidos saudáveis e nervos responsáveis pela continência urinária e pela função sexual é um dos maiores desafios da cirurgia para a doença. “Esse é um diferencial essencial para pacientes que buscam um tratamento eficaz, mas com menor impacto na rotina e na autoestima”, observa.

“Com movimentos mais delicados e precisos dos braços robóticos e uma visão 3D ampliada, é possível preservar melhor as estruturas responsáveis pela continência e pela função sexual, proporcionando significativa melhora na qualidade de vida após a cirurgia”, complementa.

Importância da inovação para o futuro da urologia

O Dr. Victor Hugo ressalta que a estrutura logística do ICR.T contribui para ampliar o acesso à tecnologia, seja pelo treinamento de outros cirurgiões, seja pela realização de procedimentos de alta complexidade, muitas vezes inviáveis em outras localidades.

Para o médico, com instituições como o ICR.T investindo em tecnologia e formação profissional, a robótica tende a se tornar cada vez mais acessível. “Isso significa tratamentos mais eficazes, recuperação com dignidade e qualidade de vida, além do pioneirismo no cuidado integral, do pré ao pós-operatório”, conclui.

DINO