Brunx cresce 750% em menos de cinco anos e reforça SC têxtil

Brunx cresce 750% em menos de cinco anos e reforça SC têxtil

Santa Catarina se consolida como o principal polo têxtil do Brasil, com Brusque e outras cidades da região demonstrando vitalidade e crescimento expressivo. O setor, marcado pela inovação e especialização, reflete a força da economia local e a capacidade de adaptação às novas demandas do mercado, incluindo o aquecido segmento de streetwear e o modelo de private label.

O setor têxtil e de confecção de Santa Catarina reafirma sua posição de destaque no cenário nacional, impulsionando a economia estadual por meio do crescimento na produção, arrecadação de impostos e geração de empregos. Segundo dados divulgados pelo NegóciosSC, com base em informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), o estado não somente lidera em valor de transformação industrial no setor, ultrapassando R$ 6,6 bilhões e respondendo por aproximadamente 26,7% da produção nacional, mas também demonstra uma notável capacidade de recuperação e expansão mesmo diante de cenários econômicos desafiadores.

Nesse ambiente de expansão e especialização, confecções que dominam toda a cadeia produtiva, desde a escolha do fio até a entrega de coleções completas, conseguem responder com agilidade e qualidade às demandas de marcas que buscam parceiros para materializar suas ideias. A região do Vale do Itajaí — onde Brusque está inserida — registrou a segunda maior geração de empregos industriais no país entre janeiro e agosto de 2024, com 13 826 vagas formais criadas pelo setor, segundo dados da Facisc. Em maio de 2021, a indústria em Santa Catarina teve um aumento de 38,7% em relação ao mesmo mês de 2020, e um crescimento acumulado de 26,7% até maio daquele ano, conforme levantamento do Observatório FIESC. Nesse mesmo período, a participação da indústria de confecção do vestuário no Valor Bruto da Produção Industrial (VBPI) nacional avançou de 26% para 31% entre 2020 e 2021, um salto de 4,6 pontos percentuais também reportado pelo Observatório FIESC. Esses indicadores evidenciam a ampla capacidade de geração de emprego e a relevância da cadeia produtiva têxtil para a economia de Brusque e do estado.

Esse dinamismo é respaldado por investimentos em inovação e tecnologia. A adoção de soluções alinhadas à Indústria 4.0 — como automação, digitalização de processos e equipamentos inteligentes — tem contribuído para ganhos de produtividade e qualidade nas confecções catarinenses, conforme relatório da FIESC. A digitalização favorece modelos de produção híbridos, combinando produção contínua de peças lisas com personalização e private label, práticas que vêm ganhando adesão no mercado nacional. No segmento de streetwear, empresas sediadas em Brusque, atuam com cadeia produtiva vertical e modelos de atendimento sob demanda, permitindo resposta mais ágil à sazonalidade e à personalização de coleções.

É o caso de empresas localizadas em Brusque, como a Brunx, fundada em 2022 e com experiência produtiva desde 2003. A empresa, focada no desenvolvimento e produção para o mercado streetwear, reportou a produção de 3 milhões de peças e um crescimento de 750%, desde sua fundação. Estes números, quando analisados no contexto do crescimento do polo de Brusque e da demanda por confecções especializadas, ilustram a capacidade de empresas locais em prosperar ao alinhar conhecimento técnico com as tendências de mercado.

“A capacidade de adaptação e o investimento em processos eficientes são fundamentais para atender a um mercado dinâmico como o do streetwear e da moda em geral. Observamos uma demanda crescente por parceiros que ofereçam não apenas produção, mas também inteligência de mercado e desenvolvimento ágil”, comenta Valdecir Knies, CEO da Brunx.

De acordo com a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), em 2024 o segmento de vestuário e acessórios no estado cresceu 10,3%, enquanto a fabricação têxtil registrou avanço de 7,1%, patamar superior às médias nacionais de 3,9% e 4,8%. No primeiro semestre de 2025, o boletim da FIESC projetava um crescimento de 1,73% para a indústria catarinense, impactada por fatores macroeconômicos como juros elevados e menor poder de consumo, segundo a FIESC. Esses indicadores apontam que a continuidade do desempenho do setor têxtil catarinense, especialmente em polos como Brusque, dependerá da capacidade de sustentar investimentos em tecnologia, qualificação técnica e adaptação a um mercado global em transformação.

DINO