Adium anuncia Vegapali, novo injetável para esquizofrenia

A Adium, farmacêutica presente em 18 países da América Latina, anuncia o lançamento no Brasil do Vegapali (palmitato de paliperidona), um medicamento injetável mensal indicado para o tratamento da esquizofrenia e do transtorno esquizoafetivo. Com uma fórmula de liberação prolongada, a terapia chega ao mercado como alternativa para ampliar a adesão e melhorar os desfechos clínicos de pacientes que convivem com essa condição psiquiátrica crônica.
A esquizofrenia é uma importante doença mental, caracterizada por distorções no pensamento, alucinações, delírios e déficits cognitivos, que impactam profundamente a vida social e funcional do paciente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 24 milhões de pessoas no mundo vivem com a doença — no Brasil, são aproximadamente 1,6 milhão de pessoas diagnosticadas. Trata-se de um dos transtornos psiquiátricos mais disfuncionais, responsável por cerca de 25% dos gastos totais em psiquiatria e com redução média de dez anos na expectativa de vida.
A adesão ao tratamento ainda representa um dos maiores desafios no manejo da esquizofrenia: estima-se que 61% dos pacientes em terapia oral deixem de tomar a medicação. Essa baixa adesão está associada ao risco elevado de recaídas, hospitalizações frequentes e piora funcional, gerando impacto não só para os pacientes e famílias, mas também para os sistemas de saúde.
Nesse contexto, o palmitato de paliperidona se apresenta como uma solução eficiente. Por ser injetável e aplicado apenas uma vez por mês, a terapia garante níveis estáveis no organismo, reduz flutuações nos sintomas e pode minimizar efeitos colaterais associados a variações de dose. Estudos apontam que seu uso reduz em até 40% as taxas de recaída e em mais de 85% a duração das hospitalizações, além de favorecer a qualidade de vida e o funcionamento diário dos pacientes.
“A esquizofrenia ainda representa um grande desafio ao Brasil, especialmente no que diz respeito à adesão ao tratamento. É muito importante todo esforço em favor desses pacientes, especialmente com novas terapias, que ampliem as possibilidades de abordagem médica da condição”, afirma o Dr. Ary Gadelha, médico psiquiatra e coordenador do Programa de Esquizofrenia da EPM/UNIFESP (PROESQ).
“Esse lançamento representa um avanço importante no tratamento da esquizofrenia no país”, afirma o Dr. Eduardo Issa, diretor médico da Adium no Brasil. “Sabemos que a adesão ao tratamento é um fator crítico para evitar recaídas e internações. Com uma formulação injetável de ação prolongada, oferecemos aos pacientes e médicos uma alternativa eficaz e segura, que promove estabilidade clínica e reduz os custos diretos e indiretos associados à doença.”
A Adium espera faturar no Brasil em torno de R$ 20 milhões no primeiro ano, chegando a R$ 45 milhões no terceiro ano de comercialização do produto. Com isso, a terapia irá representar 10% do faturamento bruto da área de Sistema Nervoso Central da companhia no país, chegando a 16% no terceiro ano. Lançado inicialmente no Brasil, a terapia deve chegar em breve a outras regiões da América Latina.
O medicamento estará disponível nas apresentações de 50 mg, 75 mg, 100 mg e 150 mg, em seringas preenchidas para aplicação intramuscular mensal. Com o lançamento, a Adium amplia o seu portfólio de terapias para saúde mental e reforça o seu compromisso de disponibilizar tratamentos inovadores e contribuir para uma melhor jornada dos pacientes com esquizofrenia no Brasil.