Mercado de TICs prevê 147 mil novas vagas no Brasil

Mercado de TICs prevê 147 mil novas vagas no Brasil

A Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) de Tecnologias Digitais (Brasscom), publicou um estudo intitulado “Relatório de Perspectivas do Mercado de Trabalho do Macrossetor TIC”, no qual indica que o setor tem a expectativa gerar de 30 mil a 147 mil empregos formais até dezembro de 2025.

A expansão acelerada desse setor é resultado de uma combinação de fatores. A empresária e profissional da área de tecnologia, Cristina Boner, destaca a transformação digital em empresas de diferentes segmentos e o aumento dos investimentos em inovação como impulsionadores desse crescimento.

“Também contribuem para esse cenário a adoção de tecnologias emergentes, como inteligência artificial (IA), computação em nuvem e internet das coisas (IoT), além da crescente demanda por soluções digitais. O avanço do comércio eletrônico, a expansão das fintechs e a digitalização dos serviços públicos reforçam essa tendência”, afirma.

No entanto, apesar das previsões otimistas, o mercado de TIC, nos últimos anos, tem enfrentado dificuldades para preencher as vagas disponíveis devido ao déficit de profissionais qualificados — especialmente na área de tecnologia, que corresponde a 57% das vagas ofertadas, conforme indicado no relatório. 

A pesquisa da Brasscom expõe claramente a discrepância da demanda por esses profissionais e oferta de trabalho: entre os anos 2018 e 2023, a quantidade de graduados na área eram de 464.569, enquanto o mercado necessitava de 665.403 profissionais entre 2019 e 2024.

Cristina Boner explica que essa falta de mão de obra qualificada é o maior desafio para suprir a alta demanda do setor. “Muitos postos de trabalho exigem habilidades técnicas avançadas, que nem sempre são contempladas na formação tradicional”, diz.

Ela ainda aborda outro ponto desafiador: a retenção de talentos. “Os profissionais capacitados são altamente disputados entre as empresas. A disparidade de acesso à educação tecnológica também é um obstáculo, principalmente para grupos sub-representados, como mulheres e pessoas de baixa renda”.

Áreas com mais oportunidades

O macrossetor de TIC oferece inúmeras oportunidades de emprego, mas, para que os profissionais interessados conquistem uma vaga, é importante adotar estratégias direcionadas. Definir um foco de atuação e manter-se informado sobre as áreas com maior demanda pode ser determinante nesse processo.

Os segmentos mais promissores, conforme aponta a especialista em tecnologia, incluem desenvolvimento de software, análise de dados, cibersegurança e infraestrutura de TI. Também estão em alta a computação em nuvem, a inteligência artificial, a automação de processos e a experiência do usuário (UX/UI). 

“O avanço das redes 5G, por sua vez, tende a fomentar novas oportunidades em telecomunicações e conectividade. A inteligência artificial e o aprendizado de máquina devem gerar maiores demandas em análise de dados, automação e desenvolvimento de algoritmos”, reitera.

Sobre a computação em nuvem, ela reforça: “Continuará crescendo, exigindo especialistas em arquitetura de nuvem, segurança e governança de dados”. Já a cibersegurança seguirá como um campo essencial, “à medida que empresas e governos aumentam seus investimentos para combater ameaças digitais e garantir a proteção de dados”, evidencia a empresária.

Capacitação e perspectivas para o setor

Boner ressalta que a qualificação profissional é imprescindível para ampliar o preenchimento da expressiva quantidade de vagas disponíveis e garantir a competitividade do setor. Para ela, algumas iniciativas têm se mostrado eficazes na aceleração da formação de novos talentos, como bootcamps, cursos técnicos e certificações especializadas. 

“Programas de requalificação (reskilling) e de atualização contínua (upskilling) são fundamentais para que profissionais de outras áreas possam migrar para o setor de TICs e acompanhar a evolução tecnológica”, salienta.

Sob a perspectiva empresarial, a profissional informa que as organizações têm intensificado os investimentos em programas de desenvolvimento profissional. Entre as iniciativas adotadas, destacam-se a oferta de capacitação contínua, a implementação do trabalho remoto e a adoção de modelos flexíveis de contratação. 

“Ações voltadas à diversidade e inclusão têm ganhado relevância, ampliando o acesso de mulheres e minorias ao setor. As empresas também vêm fortalecendo suas estratégias de employer branding, com o objetivo de se tornarem mais atrativas e competitivas na retenção de talentos”, complementa.

Na visão da empresária Cristina Boner, o setor de TIC representa uma grande oportunidade para o Brasil, no entanto, para que esse crescimento seja sustentável, é fundamental investir na formação de profissionais e na criação de um ecossistema tecnológico mais inclusivo. 

“A colaboração entre governo, empresas e instituições de ensino será determinante para garantir que a demanda do mercado seja atendida e que o país continue evoluindo no cenário global da tecnologia”, avalia.

Para mais informações, basta acessar: Cristina Boner (@cristina.boner) | Cristina Boner | LinkedIn

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