Evento coloca pessoas com deficiência no centro das atenções

O 3º Festival Inclusão em Cena chega ao Museu Oscar Niemeyer (MON) nos dias 23 a 25 de maio de 2024, trazendo uma programação diversificada e multicultural. Realizado pelo Coletivo Inclusão e pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, o festival tem como objetivo central destacar, discutir e despertar consciências sobre a inclusão das pessoas com deficiência (PCDs) na sociedade brasileira.

Com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) de 2022 do IBGE, que estima 18,6 milhões de pessoas com deficiência no Brasil, o evento visa chamar atenção para uma parcela expressiva da população que enfrenta desafios diários, desde o preconceito até a baixa escolaridade e a vulnerabilidade social.

Durante os três dias do evento, o MON será palco de uma variedade de atividades: painéis, palestras, balcão de inovação, mutirão de empregabilidade, oficinas, apresentações artísticas e mostra cultural. André Caminski, um dos gestores do Coletivo Inclusão, enfatiza a importância de reunir diversas vozes para debater as questões da deficiência e convida a comunidade a participar deste diálogo. “Muitas vezes, o público não está ciente das barreiras que as PCDs enfrentam diariamente. Ao destacar essas questões, queremos sensibilizar a comunidade, ajudando-as a entender melhor os desafios enfrentados pelas PCDs. Essas pessoas estão entre nós, se não são nossos familiares, são conhecidos ou pessoas que conhecemos ao longo da vida e merecem ser cidadãos em sua integralidade.”

O Festival conta com apoio de empresas, instituições e iniciativas que promovem a diversidade e a inclusão, proporcionando uma programação gratuita que destaca as habilidades e potencialidades das pessoas com deficiência. Para garantir a acessibilidade de todos e todas,  pessoas cegas ou com baixa visão e as pessoas surdas serão acolhidos na recepção do evento e serão direcionadas para as atividades inclusivas com os profissionais especializados nas respectivas áreas. 

Durante os três dias do evento, será realizado no vão livre do MON o Balcão de Inovação com dez exemplos de iniciativas voltadas para o público PCD. Participam projetos e empresas que desenvolvem soluções inovadoras e tecnologias acessíveis que podem melhorar a qualidade de vida das PCDs. Isso inclui desde dispositivos de assistência até designs arquitetônicos acessíveis. “Ao expor essas inovações, queremos incentivar a criação de produtos e serviços mais inclusivos para todos”, relata André Caminski. Os expositores são: ASID Brasil – Aliada Social pela Inclusão e Diversidade; Cavi Acessibilidade – Produtos e serviços; Carro adaptado Equoterapia Coletivo Inclusão; Espaço Coletivo Inclusão e parceiros; Instituto Buko Kaesemodel (Síndrome do X Frágil) com abafadores Vonder; MyPloy – Pernas pra Que te Quero; Riole – soluções inteligentes de áudio e vídeo; See Color – Linguagem Tátil das Cores; Seção Braille – Biblioteca Pública do Paraná (BPP) e Vagão Inclusivo – Serra Verde Express. 

Carteirinha do Autista

Durante os três dias, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social e Família (SEDEST) fará a emissão gratuita da Carteirinha do Autista (Ciptea) no estande do Coletivo Inclusão, no Balcão de Inovação. A Ciptea garante o atendimento prioritário em espaços públicos e privados e oferece a identificação das pessoas com transtorno do espectro autista. Além disso, serve também como documento de identificação. Mais de 22 mil paranaenses já aderiram. Para a emissão, o interessado deve apresentar RG, CPF; RG, CPF do responsável; fotografia digitalizada, e deve ser o mais recente possível (são aceitas apenas fotos nas proporções usadas para documentos e com boa resolução para impressão); exame de Tipo Sanguíneo digitalizado e laudo médico digitalizado. O laudo deve conter os dados do paciente, a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID) e assinatura e carimbo de identificação com CRM do médico responsável. 

Programação

No primeiro dia de programação, o destaque será a Mostra Cultural do Coletivo Inclusão, que trará apresentações de teatro, canto coral e capoeira, realizadas por cerca de 200 crianças, adolescentes e adultos com deficiência atendidos pelo Coletivo Inclusão nas entidades parceiras. “Para as PCDs, essas apresentações são uma fonte de empoderamento. Eles oferecem oportunidades para compartilhar suas histórias, habilidades e conquistas, reforçando sua autoestima e autoconfiança”, afirma Talita Stec, coordenadora de Cultura do Coletivo Inclusão. Essa programação contará com um público de crianças da rede pública e privada como forma de sensibilizar e ampliar o olhar sobre a diversidade  e inclusão.  

No segundo dia, no auditório do MON, serão realizados quatro encontros nos painéis Vozes da Inclusão, que vão reunir importantes vozes da inclusão, oferecendo uma plataforma para discutir problemas específicos enfrentados pelas PCDs e buscar soluções eficazes através de políticas públicas inclusivas. “Conseguimos reunir um conjunto de pessoas que representam bem a luta pela defesa das pessoas com deficiência em nosso estado, ampliando o olhar sobre várias direções. Estarão em pauta desde questões de acessibilidade física e atitudinal até o direito das PCDs e diferentes formas de inclusão ”, acrescenta Dani Brito, assessora de comunicação e RP do evento. 

Mais de 300 vagas de emprego PCDs

De forma simultânea, o 3º Festival Inclusão em Cena realiza na sexta (24) o Mutirão da Empregabilidade, que visa unir empresas com vagas para PCDs e candidatos com deficiência em busca de oportunidades de trabalho. O Mutirão, que será realizado pelo Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Prefeitura, já conta com a adesão de 26 empresas – entre elas Grupo Marista, Coca Cola, Festval, Ligga Telecom, Arteris, Herbarium e Hospital do Rocio – que vão oferecer mais de 300 vagas. O Mutirão da Empregabilidade será realizado das 10h às 16h, no Salão de Eventos. 

No sábado, último dia da programação, o Festival se abre para pais e filhos, com palestras, oficinas para crianças e o Balcão de Inovação. A manhã começa com a fala da especialista em diversidade e inclusão Mirella Prosdocimo, que ficou tetraplégica em 1992 em decorrência de um acidente de carro. Na sequência, sobe ao palco do auditório a professora de práticas contemplativas  Marcia Baja, que vai oferecer uma visão holística sobre a deficiência. Todas as atividades serão complementadas por apresentações de artistas e companhias nas quais pessoas com deficiência são protagonistas, como a Companhia de Dança Fernanda Becker e o projeto Música Tátil de Luiz Amorim.

Acessibilidade 

Os painéis Vozes da Inclusão, o Mutirão da Empregabilidade e as palestras contarão com tradução na Língua Brasileira de Sinais (Libras) pela equipe da Fluindo Libras. Também haverá visitação guiada com tradução em Libras para o Balcão de Inovação. Para as atividades no auditório, a empresa Riole oferecerá tradutores simultâneos para o público cego. A audiodescrição e a mediação inclusiva das apresentações artísticas será realizada pela equipe da Casa Consultoria. O público cego e com baixa visão também contará com uma visita tátil mediada conduzida pela equipe do educativo do MON, na sexta-feira. Além disso, o evento contará com uma passarela de piso tátil da Cavi Acessibilidade para facilitar a movimentação de pessoas cegas e com baixa visão. 

Oficina para público autista

Na sexta-feira, às 15 horas, haverá uma Oficina de Aquarela para adultos com espectro autista conduzida pela artista Ana Clara Viana Benites, da Gibiteca de Curitiba. Esta atividade tem vagas limitadas e inscrições prévias por meio do link https://tinyurl.com/b6awzsyy

Festival Inclusão em Cena é uma oportunidade única de reflexão e celebração da diversidade, contribuindo para uma sociedade mais justa, inclusiva e acolhedora. “Nós realmente acreditamos que um evento assim possa não só educar e sensibilizar, mas também promover a mudança de atitudes, impulsionar ações políticas, incentivar a inovação e empoderar as próprias pessoas com deficiência”, afirma Caroline Rossi, gestora do Coletivo Inclusão. 

Sobre o Coletivo Inclusão

O Coletivo Inclusão é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que atua desde 2013 na inclusão social e melhoria na qualidade de vida de pessoas com deficiência e pessoas em vulnerabilidade social promovendo ações culturais, esportivas, de saúde, assistência social e empregabilidade, de forma 100% gratuita. Os projetos culturais acontecem em parceria com dez APAEs no estado do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul e outras instituições. Com o suporte de 41 colaboradores, o coletivo oferece oficinas de teatro, capoeira, musicalização e dança tradicional. Saiba mais no site coletivoinclusao.org.br 

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