Popularização da ciência e acesso à informação consolidam a Agência Escola UFPR
Consolidação, substantivo feminino que faz referência ao processo de tornar algo mais forte ou resistente. Diz respeito a um estado de solidificação durável, que avança ao longo do tempo de forma espontânea ou propositada, gerando estabilidade e potência. Não à toa, “consolidação” é o slogan da campanha de seis anos da Agência Escola (AE) UFPR.
Iniciada em 15 de setembro de 2018, a AE inspira ciência desde os primeiros momentos de sua existência. Mas a consolidação efetiva em “Agência Escola de Comunicação Pública e Divulgação Científica UFPR” se dá a partir da reformulação e renovação, em 2021, do convênio que orienta a existência do projeto que, inicialmente, levava o nome de “Agência Escola de Comunicação Pública e Divulgação Científica e Cultural da UFPR”.
A Coordenadora Geral da Agência Escola UFPR, professora Regiane Ribeiro, conta que, num primeiro momento, a proposta tinha uma característica de articular a formação e a experimentação a partir da produção de conteúdos, em um formato de agência de notícias. “Mas, aí, a gente é atravessado pela pandemia e percebe a potência da divulgação científica pelos meios de comunicação e sua relação com as mais diferentes formas de popularizar a ciência. O diálogo com o campo mais amplo da DC, e as trocas com diferentes atores e grupos, com foco em uma participação coletiva, muda tudo”, lembra.
É assim que os eixos de “formação, experimentação e capacitação”, que já figuravam no plano de trabalho anterior, passam a ser redimensionados a partir de conceitos norteadores. São eles: ciência aberta, ciência cidadã e comunicação pública da ciência.
Outro importante marco de solidificação é quando a AE passa a fazer parte do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) Paraná Faz Ciência, a maior rede de pesquisadores em Divulgação Científica e Popularização da Ciência do Paraná. Esse momento também é marcado por uma aproximação do projeto com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a partir da forte presença nas Conferências Regional, Estadual e Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, bem como pela colaboração anual na Feira de Cursos e Profissões da UFPR e a participação na 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), por exemplo.
Esse movimento todo demonstrou a importância de pensar a produção de conteúdo sobre ciência pelos meios de comunicação em diálogo com a grandeza de um campo já consolidado, como explica Regiane: “A Agência Escola mergulha em um universo de diálogo com diferentes iniciativas de popularização da ciência como os museus, as feiras, as olimpíadas científicas, entre outros fortalecendo a sua missão de divulgar ciência a partir de uma participação pública e dialógica onde a experiência leiga, do senso comum e do cotidiano podem ser equivalentes ao conhecimento científico especializado”.
Além disso, mais colaborações demonstram a estabilidade da AE. O relacionamento com os cientistas da UFPR, sempre prontos para auxiliar no esclarecimento de dúvidas e interpretação de temas em evidência na mídia; parcerias com: o Jornal Plural, que oferece espaço em sua grade para produções textuais da AE; com a Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná (AERP), a partir da divulgação de material em áudio nos formatos de radiorreportagem e boletim sonoro; e com a Rede Evangelizar, mediante a divulgação de telerreportagens, para o canal de televisão, bem como reportagens escritas, para o Portal IDE+, produzidas inteiramente pelos bolsistas da Agência.
“É sempre muito bom estar próximo desse tipo de iniciativa. Eu acho que o diálogo do que é ciência, de levar isso para a população é uma função do jornalismo, que precisa tornar a informação acessível. Acho que essa questão dos meios de comunicação e do jornalismo serem a ponte para a sociedade se relaciona, em vários aspectos, com a ciência”, afirma a jornalista e coordenadora de Comunicação da AERP, Juliana Sartori.
Nesse sentido, a diretora de Popularização da Ciência, Tecnologia e Educação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Juana Nunes destaca a importância fundamental da Agência Escola UFPR como produtora de conteúdo de qualidade com vistas à popularização da ciência.
“Popularizar a ciência é parte de um processo democrático. Porque, além de estar em todo lugar, ela existe pra mudar a vida das pessoas pra melhor. Poder se informar bem através da popularização da ciência é um elemento chave para a democracia e para que as pessoas possam viver felizes”, declara.
Outra referência de potência está no número produções já efetivadas ao longo desses seis anos de AE. Todo material elaborado diariamente em formato de texto, áudio, vídeo, relatório etc. A Agência Escola UFPR demonstra grande capacidade para organizar conteúdos, realizar a comunicação administrativa e promover campanhas institucionais de forma durável, deixando marcas fortes para a audiência.
E, claro, isso tudo não seria efetivo caso não houvesse a participação de uma equipe qualificada e do fluxo de bolsistas de graduação e pós-graduação.
“Das melhores coisas que o projeto entrega, uma delas se dá pelo número de bolsistas que já passaram pela Agência Escola, e pelo impacto que o projeto tem na vida deles. Hoje, muitos ex-bolsistas estão trabalhando com divulgação científica, com jornalismo de ciência e com outras temáticas que se relacionam ao que eles aprenderam na AE. Pra mim, isso comprova a nossa consolidação e me faz perceber que estamos no caminho certo”, conta a coordenadora da AE.
NAPI Paraná Faz Ciência
Parte dos Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPI), o Paraná Faz Ciência (PrFC) atua como ferramenta para agregar iniciativas de divulgação científica e educação para a ciência. A iniciativa surge pela junção de dois projetos que, antes, eram independentes: o Programa Interinstitucional de Ciência Cidadã (PICCE) e o Conexão Ciência (C²), reunindo, até agora, quase 40 NAPIs, cada um sob temática diferente.
Seu objetivo é tornar o Paraná uma referência global na produção e divulgação científica, oportunizando investimentos em pesquisa, apoio institucional e valorização da ciência e dos cientistas. Com foco na formação de novos divulgadores científicos que contribuam para a promoção da cidadania no ambiente educacional, o NAPI PrFC busca registrar e publicizar a ciência básica, a tecnologia e a inovação resultantes do trabalho desenvolvido por cientistas nos centros de pesquisas e nas universidades públicas estaduais e federais do Paraná.
Conforme o membro do NAPI PrFC e professor na Universidade Federal do Paraná (UFPR), Rodrigo Reis, a atuação da Agência Escola é essencial, principalmente para uma instituição como a UFPR. “A Agência Escola me inspira a construir estratégias para que esse conhecimento científico que é produzido numa instituição como a UFPR seja difundido e construído com a sociedade de uma maneira mais moderna, mais dinâmica”, conta Reis.
Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação
Efetivando a proposta básica de ir além dos muros da universidade para dialogar com a sociedade sobre o processo de construção do conhecimento, a participação da Agência Escola na Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), em 2024, oportunizou muito mais do que o contato com pesquisadores de todo Brasil. Discutindo políticas públicas para a ciência junto da comunidade científica, do setor produtivo empresarial e de órgãos governamentais, essa experiência de parceria efetiva o aprendizado, por meio da experimentação dos bolsistas em processo de formação e capacitação. Foram quatro momentos de participação da AE: na Conferência Temática que aconteceu no Rio de Janeiro, entre 14 e 16 de março; nas etapas Estadual e Regional Sul, ambas ocorrendo em Curitiba, nos dias 3 e 4 de abril e entre 25 e 26 de abril, respectivamente; e na Nacional, sediada em Brasília (DF), entre 30 de julho e 1º de agosto.