Empresas adotam coroa de flores como parte da cultura

A adoção de rituais simbólicos e homenagens póstumas a colaboradores falecidos vem ganhando espaço em empresas de diferentes setores. De acordo com artigo publicado pela BBC Worklife sobre políticas de luto corporativo, companhias de diversos países têm incluído medidas como licenças específicas, memoriais internos e cerimônias de homenagem em seus programas de bem-estar e cultura organizacional.
Segundo o guia público da Advisory, Conciliation and Arbitration Service (ACAS), reconhecer a perda e dar tempo aos funcionários para processá-la integra boas práticas de apoio ao luto e contribui para relações de trabalho mais saudáveis. Evidências abertas sobre pertencimento indicam ainda associações com maior desempenho e menor rotatividade, reforçando a importância de ambientes empáticos.
Especialistas ouvidos pelo portal People Matters Global ressaltam que o papel do setor de Recursos Humanos é fundamental nesse processo, tanto na comunicação institucional de condolências quanto na oferta de suporte prático e emocional às equipes. Para eles, o reconhecimento simbólico de quem partiu ajuda a preservar a história da empresa e o sentimento coletivo de continuidade.
Estudos recentes também associam o luto corporativo à consolidação de valores culturais. O artigo Memorial events and corporate culture: Honouring employees and founders mostra que a realização de cerimônias ou eventos memoriais internos tem se tornado parte da estratégia de engajamento, aproximando lideranças e equipes em torno de princípios comuns.
Além dos memoriais e mensagens institucionais, algumas empresas passaram a incluir gestos simbólicos em seus protocolos, como o envio de coroas de flores e a criação de espaços de lembrança coletiva. Evidências em gestão de pessoas indicam que práticas de reconhecimento e apoio no luto estão associadas a maior percepção de apoio organizacional — condição relacionada ao engajamento e ao senso de pertencimento — e contribuem para "humanizar" o ambiente de trabalho, conforme discute a ACAS.
"Rituais corporativos de despedida expressam respeito e humanidade — dois pilares que também sustentam a cultura de qualquer organização", afirma Yuri Henrique, fundador da Coroa de Flores Nobre, ao comentar sobre o papel das homenagens no ambiente profissional. Segundo ele, "a forma como lidamos com o fim da jornada de um colega revela a essência do cuidado que defendemos como valor institucional".
O portal HR Executive reforça que ignorar o tema pode gerar impactos negativos no clima interno e aumentar a rotatividade. Já o WorkLife destaca a importância de um plano prévio de ação para lidar com falecimentos, que envolva líderes e áreas de comunicação.
Ação simples, como envio de coroa de flores para velório, momentos de silêncio e mensagens institucionais de reconhecimento, aparecem entre as práticas recomendadas em artigos como o do Advisory, Conciliation and Arbitration Service (ACAS). Conforme relatado pela BBC Worklife, empresas que se preparam para lidar com perdas por meio de planos prévios e rituais simbólicos de homenagem tendem a reduzir os impactos emocionais nas equipes e a preservar o senso de pertencimento. Ao adotar práticas estruturadas de respeito e memória, as organizações reforçam valores humanos que fortalecem a cultura corporativa e contribuem para ambientes de trabalho mais empáticos e coesos.