Reforma Tributária: o que muda para empresas do Sul a partir de 2026

Reforma Tributária: o que muda para empresas do Sul a partir de 2026

Reforma Tributária: o que muda para empresas do Sul a partir de 2026

A partir de 2026, o sistema tributário brasileiro inicia sua maior transformação em décadas, com a entrada em vigor da Reforma Tributária 2026. O novo modelo prevê a substituição de tributos como ICMS, ISS, PIS e Cofins pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). A proposta tem como objetivo principal promover a simplificação tributária, reduzindo sobreposições e distorções que há anos impactam a competitividade das empresas brasileiras.

Segundo o Dr. Rodolfo Cavali, coordenador da área tributária na Região Sul do escritório Nelson Wilians Advogados (NWADV), o momento exige atenção redobrada das empresas. “O novo sistema muda a forma de apuração e recolhimento de tributos sobre o consumo, exigindo das companhias uma revisão detalhada de contratos, modelos contábeis e práticas de precificação. Essa adaptação deve ocorrer já em 2025, para que, quando as regras começarem a valer, o negócio esteja em plena conformidade”, afirma.

A transição do sistema tributário nacional ocorrerá de forma gradual, mas seus impactos serão imediatos. O fim do ICMS e ISS, substituídos pelo IBS, implica que os tributos deixarão de ser cobrados de maneira fragmentada por estados e municípios, o que muda também a lógica de arrecadação e distribuição das receitas. “Embora o modelo seja uniforme em todo o Brasil, as empresas do Sul — com forte presença nos setores industrial e de serviços — precisarão avaliar com cuidado como o novo regime afetará suas cadeias de produção e seus custos logísticos”, explica Cavali.

A introdução da não cumulatividade plena e do split payment altera significativamente a dinâmica tradicional de créditos e débitos tributários, impactando diretamente o fluxo de caixa das indústrias e a gestão de estoques.

Com o split payment — em que o recolhimento do imposto ocorre no momento do pagamento da operação —, as empresas perdem a flexibilidade de gerir o momento do desembolso tributário, o que poderá afetar o capital de giro e exigir ajustes nos controles internos e sistemas de faturamento.

Já a não cumulatividade plena, embora traga maior transparência, demandará um mapeamento minucioso das cadeias produtivas para evitar acúmulo de créditos e garantir a eficiência operacional.

Nesse cenário, é fundamental que o setor industrial do Sul antecipe-se às mudanças, promovendo revisões contábeis e tecnológicas, e ajustando seus processos de compliance fiscal, para não apenas se adequar ao novo modelo, mas também aproveitar as oportunidades que a transição poderá oferecer em termos de competitividade e eficiência tributária.

Entre os principais riscos de não se adequar à reforma estão inconsistências fiscais, erros de escrituração, aumento de passivos tributários e até perda de competitividade frente a concorrentes que já estejam ajustados ao novo formato. “O planejamento fiscal empresarial será determinante nesse processo. As empresas que anteciparem análises e simulações conseguirão ajustar preços, margens e estratégias contratuais de maneira mais segura”, orienta o advogado. Dentro desses cálculos, é importante realizar a atualização cadastral dos clientes, já que agora, os impostos deixarão de ser cobrados no local de origem dos produtos e serviços e passarão a ser tributados no destino.

Para o especialista da NWADV, a Reforma Tributária representa uma oportunidade de modernização do ambiente de negócios, mas sua implementação exigirá preparo técnico e assessoria especializada. “A simplificação, embora positiva, traz uma nova complexidade de transição. O papel do jurídico e da contabilidade será fundamental para garantir uma migração tranquila ao novo sistema”, conclui Cavali.

Sobre a Nelson Wilians Advogados

Com mais de 25 anos de atuação, a Nelson Wilians Advogados (NWADV) é um dos maiores escritórios de advocacia da América Latina, com sólida experiência na assessoria jurídica de empresas nacionais e internacionais dos mais diversos setores. Contamos com presença em todas as capitais brasileiras e em importantes cidades do interior, além de representações na América Latina e Europa.

Mirella Pasqual

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