Modelos de pesquisa evoluem na gestão de pessoas

Modelos de pesquisa evoluem na gestão de pessoas

A forma como as empresas escutam seus colaboradores tem passado por transformações significativas. Se antes a gestão de pessoas se baseava em diagnósticos pontuais, hoje ganha força um formato mais dinâmico e estratégico: a pesquisa de engajamento contínua. Essa evolução reflete uma mudança na forma de compreender a experiência dos profissionais e de conectar a cultura organizacional à estratégia de negócios.

Atualmente, os três modelos mais utilizados pelas organizações são a pesquisa de clima anual, a pesquisa pulso e a pesquisa de engajamento contínua. Cada uma possui características distintas em termos de profundidade, frequência e aplicabilidade. A primeira, tradicionalmente realizada uma vez por ano, oferece uma visão ampla, mas estática, da organização. Ela é útil para captar percepções gerais, mas não permite acompanhar variações ao longo do tempo.

Já a pesquisa pulso aumenta a frequência de escuta, trazendo leituras mais pontuais sobre temas específicos. É comum ser aplicada em áreas ou times específicos, funcionando como um termômetro rápido, mas sem necessariamente oferecer um panorama completo da organização.

A pesquisa de engajamento contínua, por sua vez, combina frequência e consistência. De acordo com o especialista Rafael Bueno, CEO e cofundador da TeamCulture, essa estrutura permite observar tendências, padrões e micro-movimentos culturais semana após semana. "A escuta contínua possibilita acompanhar o impacto dos planos de ação realizados, verificando se de fato surtem efeito ao longo do tempo", afirma.

Além de ampliar a compreensão sobre o clima organizacional, o executivo afirma que o modelo tem superado as limitações dos formatos tradicionais. "Ele reduz a defasagem de informação, permitindo que líderes acompanhem mudanças quase em tempo real. Os dados são acumulados em ondas sucessivas, criando uma base mais robusta e confiável", explica.

Para ele, a principal vantagem está na capacidade de gerar ação com agilidade. "Nos formatos tradicionais, os dados demoram a chegar, são difíceis de interpretar e, muitas vezes, não se transformam em plano de ação".

Segundo Bueno, a escuta contínua, quando estruturada com curadoria estratégica, entrega um fluxo constante de insights contextualizados, prontos para orientar líderes e direcionar melhorias. "É uma mudança de mentalidade: sai o retrato estático e entra um sistema vivo de escuta e evolução", destaca.

Essa abordagem também permite conectar os dados de pessoas à estratégia de negócios. O engajamento, conforme avalia o CEO, vai além da satisfação, pois envolve indicadores de clima e cultura que impactam diretamente produtividade, inovação, retenção e resultados financeiros. "A pesquisa contínua identifica riscos culturais e de clima, como entropia, desalinhamento e percepções negativas de detratores, que podem comprometer a performance do negócio".

Bueno reforça ainda que a dependência exclusiva de pesquisas anuais ou pulsos esporádicos pode representar riscos para as organizações. "O maior problema é a miopia gerencial, onde decisões são tomadas com base em informações defasadas, que não refletem a realidade do momento", alerta.

Ele exemplifica com situações em que mudanças de liderança ocorrem meses antes da aplicação da pesquisa, retardando a identificação de problemas críticos como aumento de turnover ou queda de moral. A pesquisa de engajamento contínua, por outro lado, ajuda a construir culturas organizacionais mais adaptáveis e resilientes. "Quando a escuta é inserida como parte da rotina, com frequência, clareza e direcionamento, o modelo contínuo fortalece a capacidade da empresa de reconhecer padrões, agir com agilidade e aprender com os próprios dados", explica o especialista.

A 21ª edição da pesquisa Carreira dos Sonhos, realizada pela Cia de Talentos, reforça a importância da escuta ativa. Sentir-se ouvido foi a resposta mais citada sobre como um bom líder deve proceder para que sua equipe se sinta apoiada. Em seguida, os participantes destacaram a oferta de autonomia, o apoio em situações difíceis e a clareza sobre as responsabilidades como fatores essenciais para o sucesso da liderança.

Na prática, a TeamCulture é uma das empresas que tem como foco viabilizar esse modelo de engajamento contínuo. A plataforma desenvolvida pela empresa atua para transformar a escuta em planos de ação acionáveis, potencializados por inteligência artificial (IA). Dessa forma, os líderes não apenas podem compreender as demandas, mas receber orientações contextualizadas sobre quais atitudes priorizar e como aplicá-las. "Assim, conseguem acompanhar em tempo real se iniciativas ligadas à autonomia, ao apoio ou à clareza estão realmente surtindo efeito nas equipes", explica o CEO.

Para Bueno, o formato contínuo representa uma evolução inevitável. "Assim como finanças, marketing e operações já migraram de relatórios anuais para indicadores em tempo real, a gestão de pessoas também precisa dar esse passo", afirma. Segundo ele, o engajamento não é apenas uma tendência, mas uma nova forma de conduzir cultura e estratégia, em que a escuta se torna prática constante e as decisões ganham agilidade.

A TeamCulture é uma das empresas que entrega esse modelo com acionabilidade dos dados. A solução permite interpretar as opiniões das pessoas de forma estruturada, gerando planos acionáveis em ciclos periódicos. "Nos últimos anos, vimos muitas empresas se sofisticarem na coleta de dados, mas ainda com dificuldades em transformar informação em ação. O formato pode resolver essa lacuna ao criar pequenos ciclos de escuta, resposta e aprendizado", conclui Bueno.

Para saber mais, basta acessar:https://teamculture.com.br

DINO